segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL E PROCESSOS COGNITIVOS ENTRE OS DOIS E OS SEIS ANOS


Desenvolvimento intelectual e processos cognitivos entre os dois e os seis anos, Mario Carretero e José Antonio León. In: COLL, César et all. Desenvolvimento psicológico e educação. Volume 1. 2ª Edição. Tradução de Daisy Vaz de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2004.


Fonte: Imagens Google;
O estudo de Piaget relacionado às crianças de dois a seis anos, que corresponde à chamada etapa pré-operatória, compreende importantes conteúdos nesta fase, por exemplo, a função simbólica.
Um aspecto relevante nesta fase é caracterizado pelo pensamento infantil em busca de grandes transformações operatórias que não ocorrerá de imediato, mas sim em posteriores etapas. A capacidade de criança pré-lógica apresenta um visão “negativa” para Piaget, existindo também uma visão “positiva” relacionada ao que as crianças sabem e o que fazem nessas idades.
Diante ao que foi exposto, o objetivo da análise do desenvolvimento intelectual e cognitivo das crianças é desvendar como elas codificam, transformam e conseguem organizar os mais diversos tipos de informações. A presença do entorno social exercesse grande influencia diretamente na evolução da capacidade cognitiva dessas crianças, as pessoas na qual essas crianças convivem e interagem nas suas atividades cotidianas representam assim grande responsabilidade nesta construção.
       Segundo a teoria de Piaget, é no segundo estádio do desenvolvimento cognitivo, que as crianças tornam-se mais refinadas ao uso do pensamento simbólico, nesta fase ainda não é possível pensar logicamente, caso que só virá acontecer no estádio das operações concretas.
No período pré-operatório os mais diversos progressos cognitivos podem-se nomear como: a função simbólica, compreensão das identidades, compreensão entre a causa e efeito, capacidade para classificar, compreensão do número, empatia e teoria da mente.
A função simbólica nos remete a capacidade de fazer uso de símbolos e suas representações mentais, isso faz com que esses símbolos auxiliem para pensar acerca das suas qualidades, sucedendo recordações e dialogo sobre elas, que necessariamente não precisa está presente fisicamente. Dentro das manifestações simbólicas, pode-se incluir a imitação e o jogo simbólico, visto que a imitação interior é uma forma de expressão própria do sujeito, servindo assim de bastante importância para o seu desenvolvimento social. Dispondo da imitação como uma atividade cômoda à realidade e o jogo simbólico como a criação de símbolos inventados, são aceitáveis essas atividades capazes de mudanças e deformadoras da realidade.
O egocentrismo para Piaget serve para se referir a pensamentos realistas, tendo em vista o da criança, na qual acreditam que todas as pessoas percebem o mundo como elas imaginam, não existindo assim perspectivas que diferem da sua. Através do estudo do autor supracitado é notório observar que essas crianças com até sete anos de idade, são incapazes de ter uma visão mais espacial diferente da sua. Interessante ressaltar que no egocentrismo, essa criança como também apresenta um pensamento animista, ou seja, há seres inanimados que são dotados de intenções e sentimentos, tornam-se vivos e são materializados em seus processos psíquicos, como se existisse uma voz interior dentro da sua cabeça.
Outros três pontos a ser destacados sobre o egocentrismo são: o fenomenismo, finalismo e artificialismo. O fenomenismo, no que diz respeito à criança tender a criar um laço entre coisas que podem acontecer proximamente, com exemplo, relacionar o dormir com a chegada do anoitecer. O finalismo está relacionado com uma causa para tudo e por fim o artificialismo retrata as coisas foram criadas por um ser superior ou pelo homem mesmo.
O desenvolvimento dos primeiros registros sensoriais gira em torno da percepção, processo esse que contribuirá para que o bebê encontre estímulos que se apresentam ao seu redor. A atenção pode ser compreendida como a seleção perceptiva que garante assim uma maior eficácia da atividade que se realiza.
Logo após seu nascimento, os bebês possuem um olhar de forma mais central aos estímulos que o rodeiam, estímulos esses que se mostram presente no rosto das pessoas, correlacionado isso os bebês tendem assim a expressar esses gestos faciais por meio do olhar. Com o passar dos meses, cria-se basicamente uma relação afetiva desse bebê com seu cuidador, pela fase dos nove meses, a interação com pessoas se torna presente, como também com o mundo ao seu redor, iniciando assim a tríade comunicativa, no qual nessa idade agora conseguem tanto olhar quanto acompanhar gestos das pessoas adultas e objetos do ambiente.
Quando a criança completa por volta dos dois anos, elas obtêm um ganho na controlabilidade, adaptabilidade e capacidade de planejamento. Entretanto, foi observado que as crianças com cinco e seis anos, conseguiram passar até sete minutos concentrado em uma mesma tarefa, preferencialmente quando está à frente de um jogo, diante esse contexto podemos associar alguns déficits no transtorno de atenção.
As crianças hiperativas geralmente apresentam características que impossibilitam de controlar seus impulsos e se mantenham concentrados frente a uma atividade imposta, característica essa de um déficit de atenção. Unido a um maior controle, a atenção ganha companhia da adaptabilidade e flexibilidade elementos estes com importante relevância nas capacidades cognitivas, sendo empregando com propostas e metas.
Dentre os tipos de atraso no desenvolvimento segundo a atenção é: a deficiência de produção, na qual as crianças não utilizam os planos que lhe são uteis; deficiência no controle representado pela capacidade de planejar algo que seja eficaz; deficiência de utilização, em que essas crianças não se beneficiam pelo planejamento elaborado, mesmo que consigam utilizá-las.
Regressando aos tipos das capacidades de atenção, existindo por fim o caráter de planejamento, no qual se pode pensar de maneira antecipada nas as ações, produzindo assim uma atenção sucessiva para que alcance suas metas e projetos. A partir dos quatros anos as crianças já são dotadas de algumas características estratégicas capazes de resolverem atividades definidas como complexas. Assim, o planejamento é o marco de um dos pontos altos do desenvolvimento da atenção.
No desenvolvimento do conhecimento temático, os processos de atenção têm como função, regulares a entrada das informações que contribuíram para primeira concepção do que é o mundo.
A criança passa a não mais abstrair certas regularidades das situações que vem vivenciado com o contato do mundo. A captação dessas regularidades, originam os primeiros protótipos semânticos do conhecimento, que eles são dois tipos: os esquemas e as categorias.
Os esquemas são aqueles que organizam o chamado conhecimento temático, ou seja, são conhecimentos que costumam ser os mais diversificados, desde as situações que vivenciam, como também personagens ou a ações que se repetem por muitas vezes e do mesmo modo na vida cotidiana. Além disso, existe as categorias, que organizam o conhecimento categorial ou taxionômico, que definimos como a capacidade que a criança associa conjuntos de coisas aparentemente díspares mediante relações de semelhanças ou equivalência.
A melhor aprendizagem que essas crianças realizam está apoiado na utilização de estratégias de memorização e como também as estratégicas de organização. Foi observado que as crianças com cinco anos de idade, em geral, não utilizam desses tipos de estratégias, ou possa até usá-las, mas ainda são ineficazes. Diferentemente, das crianças aos sete ou oito anos, as crianças vão sendo operantes, eficientes e planejadoras.
Desta maneira, de acordo com a concepção de Piaget, foi significativo analisar sobre as capacidades de processamento e a enorme bagagem de conhecimento com o qual contam essas crianças na idade de dois a sete anos. No qual foi observado que o conhecimento é adquirido desde cedo com as rotinas diárias de atividades e a interação dessas crianças com os indivíduos e objetos. Fase essa caracterizada pelo surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, dramatização, desejo de explicação de algumas de suas dúvidas, entre outros.
Fonte: Imagens Google;
Considerando o uso de estratégias de aprendizagem também de grande importância nessa fase, em que a presença do profissional da educação na área infantil que garante formas estimulantes para melhor desenvolvimento do potencial dessa criança e que não o subestime nas atividades é essencial, sempre mostrando suas capacidades diante das tarefas que são impostas.

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