Desenvolvimento intelectual e processos
cognitivos entre os dois e os seis anos, Mario Carretero e José Antonio León.
In: COLL, César et all. Desenvolvimento psicológico e educação. Volume 1. 2ª
Edição. Tradução de Daisy Vaz de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Fonte: Imagens Google; |
O estudo de
Piaget relacionado às crianças de dois a seis anos, que corresponde à chamada
etapa pré-operatória, compreende importantes conteúdos nesta fase, por exemplo,
a função simbólica.
Um aspecto
relevante nesta fase é caracterizado pelo pensamento infantil em busca de
grandes transformações operatórias que não ocorrerá de imediato, mas sim em
posteriores etapas. A capacidade de criança pré-lógica apresenta um visão
“negativa” para Piaget, existindo também uma visão “positiva” relacionada ao
que as crianças sabem e o que fazem nessas idades.
Diante ao que
foi exposto, o objetivo da análise do desenvolvimento intelectual e cognitivo
das crianças é desvendar como elas codificam, transformam e conseguem organizar
os mais diversos tipos de informações. A presença do entorno social exercesse
grande influencia diretamente na evolução da capacidade cognitiva dessas
crianças, as pessoas na qual essas crianças convivem e interagem nas suas
atividades cotidianas representam assim grande responsabilidade nesta
construção.
Segundo a teoria de Piaget, é no segundo estádio do desenvolvimento cognitivo, que as crianças tornam-se mais refinadas ao uso do pensamento simbólico, nesta fase ainda não é possível pensar logicamente, caso que só virá acontecer no estádio das operações concretas.
Segundo a teoria de Piaget, é no segundo estádio do desenvolvimento cognitivo, que as crianças tornam-se mais refinadas ao uso do pensamento simbólico, nesta fase ainda não é possível pensar logicamente, caso que só virá acontecer no estádio das operações concretas.
No período pré-operatório os mais diversos progressos cognitivos
podem-se nomear como: a função simbólica, compreensão das identidades, compreensão
entre a causa e efeito, capacidade para classificar, compreensão do número,
empatia e teoria da mente.
A função simbólica nos remete a capacidade de fazer uso de símbolos e
suas representações mentais, isso faz com que esses símbolos auxiliem para pensar
acerca das suas qualidades, sucedendo recordações e dialogo sobre elas, que
necessariamente não precisa está presente fisicamente. Dentro das manifestações
simbólicas, pode-se incluir a imitação e o jogo simbólico, visto que a imitação
interior é uma forma de expressão própria do sujeito, servindo assim de
bastante importância para o seu desenvolvimento social. Dispondo da imitação como uma
atividade cômoda à realidade e o jogo simbólico como a criação de símbolos
inventados, são aceitáveis essas atividades capazes de mudanças e deformadoras da
realidade.
O egocentrismo para Piaget serve para se referir a pensamentos
realistas, tendo em vista o da criança, na qual acreditam que todas as pessoas
percebem o mundo como elas imaginam, não existindo assim perspectivas que
diferem da sua. Através do estudo do autor supracitado é notório observar que essas
crianças com até sete anos de idade, são incapazes de ter uma visão mais
espacial diferente da sua. Interessante ressaltar que no egocentrismo, essa
criança como também apresenta um pensamento animista, ou seja, há seres
inanimados que são dotados de intenções e sentimentos, tornam-se vivos e são
materializados em seus processos psíquicos, como se existisse uma voz interior
dentro da sua cabeça.
Outros três pontos a ser destacados sobre o egocentrismo são: o
fenomenismo, finalismo e artificialismo. O fenomenismo, no que diz respeito à criança
tender a criar um laço entre coisas que podem acontecer proximamente, com
exemplo, relacionar o dormir com a chegada do anoitecer. O finalismo está
relacionado com uma causa para tudo e por fim o artificialismo retrata as coisas
foram criadas por um ser superior ou pelo homem mesmo.
O desenvolvimento dos primeiros registros sensoriais gira em torno da
percepção, processo esse que contribuirá para que o bebê encontre estímulos que
se apresentam ao seu redor. A atenção pode ser compreendida como a seleção
perceptiva que garante assim uma maior eficácia da atividade que se realiza.
Logo após seu nascimento, os bebês possuem um olhar de forma mais
central aos estímulos que o rodeiam, estímulos esses que se mostram presente no
rosto das pessoas, correlacionado isso os bebês tendem assim a expressar esses
gestos faciais por meio do olhar. Com o passar dos meses, cria-se basicamente
uma relação afetiva desse bebê com seu cuidador, pela fase dos nove meses, a
interação com pessoas se torna presente, como também com o mundo ao seu redor,
iniciando assim a tríade comunicativa, no qual nessa idade agora conseguem
tanto olhar quanto acompanhar gestos das pessoas adultas e objetos do ambiente.
Quando a criança completa por volta dos dois anos, elas obtêm um ganho
na controlabilidade, adaptabilidade e capacidade de planejamento. Entretanto, foi
observado que as crianças com cinco e seis anos, conseguiram passar até sete
minutos concentrado em uma mesma tarefa, preferencialmente quando está à frente
de um jogo, diante esse contexto podemos associar alguns déficits no transtorno
de atenção.
As crianças hiperativas geralmente apresentam características que
impossibilitam de controlar seus impulsos e se mantenham concentrados frente a
uma atividade imposta, característica essa de um déficit de atenção. Unido a um
maior controle, a atenção ganha companhia da adaptabilidade e flexibilidade
elementos estes com importante relevância nas capacidades cognitivas, sendo
empregando com propostas e metas.
Dentre os tipos de atraso no desenvolvimento segundo a atenção é: a
deficiência de produção, na qual as crianças não utilizam os planos que lhe são
uteis; deficiência no controle representado pela capacidade de planejar algo
que seja eficaz; deficiência de utilização, em que essas crianças não se
beneficiam pelo planejamento elaborado, mesmo que consigam utilizá-las.
Regressando aos tipos das capacidades de atenção, existindo por fim o
caráter de planejamento, no qual se pode pensar de maneira antecipada nas as
ações, produzindo assim uma atenção sucessiva para que alcance suas metas e
projetos. A partir dos quatros anos as crianças já são dotadas de algumas
características estratégicas capazes de resolverem atividades definidas como
complexas. Assim, o planejamento é o marco de um dos pontos altos do
desenvolvimento da atenção.
No desenvolvimento do conhecimento temático, os processos de atenção têm
como função, regulares a entrada das informações que contribuíram para primeira
concepção do que é o mundo.
A criança passa a não mais abstrair certas regularidades das situações
que vem vivenciado com o contato do mundo. A captação dessas regularidades,
originam os primeiros protótipos semânticos do conhecimento, que eles são dois
tipos: os esquemas e as categorias.
Os esquemas são aqueles que organizam o chamado conhecimento temático,
ou seja, são conhecimentos que costumam ser os mais diversificados, desde as
situações que vivenciam, como também personagens ou a ações que se repetem por muitas
vezes e do mesmo modo na vida cotidiana. Além disso, existe as categorias, que
organizam o conhecimento categorial ou taxionômico, que definimos como a
capacidade que a criança associa conjuntos de coisas aparentemente díspares
mediante relações de semelhanças ou equivalência.
A melhor aprendizagem que essas crianças realizam está apoiado na
utilização de estratégias de memorização e como também as estratégicas de
organização. Foi observado que as crianças com cinco anos de idade, em geral,
não utilizam desses tipos de estratégias, ou possa até usá-las, mas ainda são
ineficazes. Diferentemente, das crianças aos sete ou oito anos, as crianças vão
sendo operantes, eficientes e planejadoras.
Desta maneira, de acordo com a concepção de Piaget, foi significativo analisar
sobre as capacidades de processamento e a enorme bagagem de conhecimento com o
qual contam essas crianças na idade de dois a sete anos. No qual foi observado
que o conhecimento é adquirido desde cedo com as rotinas diárias de atividades e
a interação dessas crianças com os indivíduos e objetos. Fase essa
caracterizada pelo surgimento da linguagem, do desenho, da imitação,
dramatização, desejo de explicação de algumas de suas dúvidas, entre outros.
Fonte: Imagens Google; |
Considerando o uso de estratégias de aprendizagem também de grande importância
nessa fase, em que a presença do profissional da educação na área infantil que
garante formas estimulantes para melhor desenvolvimento do potencial dessa
criança e que não o subestime nas atividades é essencial, sempre mostrando suas
capacidades diante das tarefas que são impostas.
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