segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

DO PENSAMENTO FORMAL À MUDANÇA CONCEITUAL NA ADOLESCÊNCIA


Do pensamento formal à mudança conceitual na adolescência, Mario Carretero e José Antonio León. In: COLL, César et all. Desenvolvimento psicológico e educação. Volume 1. 2ª Edição. Tradução de Daisy Vaz de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Na adolescência é possível notar uma grande variedade de mudanças, inicialmente desde relacionado a sua imagem, como também a interação com o meio o qual vive, sendo essencial ressaltar as novas formas de pensamento nesta fase. Considerado, um novo e mais complexo nível de pensamento que lhe permite interpretar os fenômenos de maneira diferente de como haviam feito até então. Denominado na tradição piagetiana como pensamento formal, fase caracterizada por uma maior autonomia e rigor do raciocínio. O pensamento formal, também representa o estágio das operações formais.
De acordo com Piaget, as mudanças que ocorrem na fase da adolescência relacionadas com o que eles pensam sobre si mesmo, como também os seus convívios pessoais e a essência da sua sociedade tem como razão a construção de uma nova estrutura lógica que ele chamava de operações formais.
O pensamento operatório formal é o tipo de pensamento fundamental para qualquer pessoa que tenha de resolver problemas sistematicamente.
Uma particularidade importante do pensamento operacional formal, da qual Piaget provem todas as demais, refere-se entre o real e o possível. O adolescente possui a característica de explorar um problema com que se defronta, busca imaginar as relações possíveis que seriam eficazes no caso dos dados em questão; a seguir, através de uma combinação de procedimentos de experimentação e de análise lógica, tenta verificar quais destas relações possíveis são realmente verdadeiras.
O adolescente possui também uma característica importante, sendo ela conhecida como caráter hipotético-dedutivo das operações formais, em que nesta fase é possível considerar o pensamento abstrato ou teórico. Diferentemente das crianças, é na adolescência que se tem maior aprofundamento desse pensamento abstrato, em que essas abstrações se apresentam na forma de hipótese, ou seja, o adolescente diante um problema, levanta as hipóteses possíveis, e a partir das mesmas deduz suas conclusões.
Para evolução e que o adolescente realize com êxito determinadas ações, é preciso aplicar o raciocínio dedutivo, no qual permite mostrar quais as consequências das ações realizadas sobre a realidade, ou seja, como resultado de aplicar um raciocínio dedutivo é capaz de comprovar sistematicamente o valor de cada uma das hipóteses nas quais pensa.
Estudos posteriores a concepção de Piaget demonstrou discordância em algumas suposições na qual, a partir da aplicação de provas pós-piagenista em diferentes centros educacionais de lugares diferentes notou-se que a dificuldade encontrada em um lugar era diferente da outra, mostrando uma variação do que expressava Piaget, por exemplo foi verificado que em atividades com idêntica estrutura lógica, mas com diferentes conteúdos apresentaram de fato dificuldades diferentes.
O filme “Divertida mente” traz consigo aspectos interessantes sobre o texto apresentado acima, é possível verificar principalmente nas mudanças relacionadas a fase da adolescência na personagem Riley. Como também, aborda a questão emocional da personagem diante uma nova vida, em outro lugar e outro ambiente escolar. A pequena Riley, é guiada por cinco emoções, que são elas: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo.
Fonte: Divertida mente; Ano: 2015.
A representação da mente de Riley se mostra interessante durante todo o filme, em que as cincos emoções ficam em uma torre de controle, gerenciando seus comportamentos. As cores das bolas destas emoções estão relacionadas com a emoção ligada à memória. As bolas das memórias de alegria são amarelas, as de tristeza são azuis, raiva são vermelhas e por fim as de medo são roxas.
É interessante ressaltar quando as memórias possuem uma carga emocional muito grande, é gerada uma memória especial, formando a chamada ilha de personalidade. No filme, Riley possuía as seguintes ilhas de personalidade: família, honestidade, bobeira e hóquei. Tornando essas ilhas de personalidades importantes por moldar quem somos e nossas prioridades na vida.  
A alegria e a tristeza em um determinado momento do filme são jogadas fora da sala de controle e passam boa parte do filme tentando retornar. Enquanto todas as ações da Riley terminam sendo comandadas apenas pelo o medo, o nojo e a raiva. No período que a alegria e a tristeza tentam retornar à sala de controle, a alegria nota o importante papel da tristeza, assim como as outras emoções.
O filme demonstra a importância de todas as emoções e o equilíbrio que deve ser tomado para que se alcance a melhor escolha. Podemos observar no final filme que as bolas de memória agora possuem muitas vezes cores mistas, existindo assim uma harmonia entre as emoções, agindo todas conjuntamente, sem a disputa de quem terá agora o controle da situação.
No decorrer do texto apresentado acima é visto que essa fase da adolescência é de grande relevância o estudo das operações formais que compreende o pensamento operatório formal, no qual o adolescente será imposto a confrontar e buscar soluções mediantes seus problemas que lhe serão questionados, levantando assim hipóteses dedutivas, a fim de que a realidade de suas ações, o faça enxergar as consequências de suas atitudes. O estudo de Piaget nos revela sim grande importância, mas foi possível observar em diferentes lugares que ia contra a concepção do mesmo, visto que cada adolescente possui essa personalidade única e própria, dessa maneira são suas escolhas que caracteriza essa fase.

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